Informe terremoto

Conto um pouco do que foi nossa experiencia.

Na madrugada do sábado eu baixei para ir ao banho, quando regressava senti que a terra tremia, o que é comum por aqui. Pensei que era um desses tremores de terra comum, mas sabemos que estes tremores não são muito demorados. Como sentimos que já estava com um tempo maior que o de costume e começava a aumentar decidimos fazer como nos haviam instruído, correr para a parte mais segura da casa, os marcos das partas. A Ivanise desceu com a Jeanne e eu fui buscar a Mayara, quando eu abri a porta ela saiu correndo. Então fui buscar o Jean, que anda estava deitado, como uma cara de humm, hummm. Gritei com ele: "VAMOS CARA! A COISA É SERIA!". Ele foi o último que desceu. Eu fiquei na parte de cima da casa. Fiquei no marco da porta do quarto do Jean. Pensando nas instruções para caso de terremoto. Sabia que devia ter a mão um apito e uma lanterna. Na verdade nem lembrei do apito e ele estava pendurado junto do meu lado (é por si ficamos debaixo de escombros apitar para facilitar que nos encontre). Lembrei que tinha a lanterna na gaveta da minha escrivaninha que estava justo a minha frente. Não lembrava exatamente em que gaveta estava, são três. Abri a primeira, passei a mão, e nada, fiz o mesmo com as outras duas e nada. Tem que tomar em conta que a casa se movia como um ônibus passando por uma rua cheia de buracos e os livros estava caindo em cima de mim. Tinha certeza que a lanterna estava, mas não conseguia encontrar.

Decidi esperar no marco da porta até o terremoto passar, sempre gritando à Ivanise e o resto da família pra manter a calma que já ia passar. Mas foi uma eternidade de 1 minuto e meio, melhor dizendo 90 segundo que não terminavam nunca.

Enquanto estava ainda tremendo lembrei que a porta de traz, estava destrancada e toda a família estava ai perto dela, então gritei para eles abrirem a porta e sair. Mal ideia, foi ai que aconteceram alguns acidentes. Eles entenderam que devia abrir a porta de frente da casa. O Jean havia saído à noite anterior com a bicicleta e em lugar de guarda a bicicleta no quintal atrás, deixou perto da porta de saída. Com o terremoto a bicicleta bloqueando o caminho na direção da porta de saída. A Mayara correu para tentar abrir a porta e caiu em cima da bicicleta que estava no chão, depois tentou de novo, voltando a cair de novo sobre a bicicleta e desistiu. Foi quando o Jean foi, já sabendo que a bicicleta estava ai, mas cortou o pé numa das partes da bicicleta enquanto caminhava pisando nela, mas conseguiu achar a chave e abrir a porta. Olhando para foram, ele disse que deu mais medo porque via os porte de luz movendo-se como árvores assotadas pelo vento.

Pouco depois que o Jean abriu a porta, Ivanise, Jeanne e Mayara estavam na porta de saída (o Jean Abriu a porta e eles ficaram no marco da porta de saída) foi então que o terremoto parrou.

O Jean subiu para ver como eu estava. Voltei à tentar encontrar a lanterna, agora com uma montanha de livro sobre minha escrivaninha. Ele me insistia que devíamos sair dali o mais rápido possível. Eu havia decidido que não ai sair sem a lanterna, até que na quarta tentativa achei a bendita lanterna.

Já com a lanterna nas mãos, sugerir ao Jean que fossemos pegar roupa de frio (ou mesmo roupa) as mulheres estavam com roupas de dormir. Na escuridão e nas pressas pegamos o que deu.

Saímos o fomos para uma quadra que está ao lado da nossa casa, onde ficamos até ao amanhecer, junto com os vizinhos.

Depois de um tempo na quadra chegou o Tito de carro, para saber como estávamos. Decidimos dar uma volta pela cidade para ver como estavam o resto da maioria dos irmãos e ver si algum necessitava de alguma ajuda urgente.

Quando saímos, o que eu vi, era impressionante. Todos tiveram a mesma ideia "ver como estavam seus familiares". Era gente correndo a pé, congestionamento de carros tentando chagar a casa de familiares para ver como estavam. Foi algo bastante impressionante.

Graças a Deus no nosso bairro, praticamente não caiu nenhuma casa, só alguns muros e as famosas puxadinha, feitas por conta dos moradores sem respeitar as regras de construção anti sísmicas.

A maior parte da destruição está no centro de Curicó, são as casas antigas, feitas de tijolos de barro cru, são semelhantes as casa antigas construídas na cidade velha.

A destruição total foi em Iloca, cidade Balneário onde fizemos nosso acampamento de verão e Constitución, local onde foi o epicentro do terremoto com 9 graus e um tsunami com ondas de mas de 10 metros.

Depois do terremoto passamos 2 dias sem água e três dias sem eletricidade e 4 sem telefone e internet. Damos graças a Deus por ter estes serviços estabelecidos, mas em alguns pontos da cidade ainda estão sem alguns destes serviços.

O pior agora que estamos passando, são os tremores (replicas do terremoto) contantes de 3 e 4 graus que dão a cada meio hora, o máximo que passamos sem tremor é entre 4 e 5 horas de descanso emocional. Porque cada vez que treme a terra, volta a dar aquele aperto no coração.

Sempre cantamos "Nem que a terra trema.... Hei de confiar....", mas nem sempre funciona, rsrsrsrs.

Peço que estejam orando pela Jeanne. Ficou traumatizada, em estado de choque, cada vez que da um tremor de 5 ou 6 graus ela volta a chorar varias horas. Ela está bastante traumatizada. Orem por ela. Si dependesse dela, ela subia no avião Hércules da FAB e ia pro Brasil agora mesmo.

Ontem pude comprar comida e pagar com cartão de débito. Creio que hoje os supermercado grandes de Curicó já estão funcionando normalmente. Antes tinha que fazer fila e entrar de 10 em 10.

terremoto

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Hoje a igreja vai comprar algumas cestas básicas para alguns irmãos que estão com dificuldades financeiras por causa do terremoto.

O terremoto além de derrubar alguns murros visíveis, também tem derrubado murros invisíveis. Temos tido mais oportunidade para falar com pessoas que antes não tínhamos contato.

Consegui marcar um estudo bíblico com um motorista de taxi, seu nome é Marcelo Arrellano. Orem por ele. Fiquei de ligar pra ele e ele vai vim me buscar pra fazer o estudo na casa dele.

Domingo passado desmarcamos a reunião e decidimos nos reunir só para orar, não convidamos ninguém, por que estava proibida as reuniões para evitar qualquer tipo de acidente a causa de replicas do terremoto. Mas para nossa surpresa chegaram todos da igreja.

Parece que neste momento todo estão interessados em Deus o querem ajeitar sua situação com Deus. Orem para que possamos aproveitar estas oportunidades.

Creio que este foi um informe meio grande, sei que muitos não gostam de ler informes tão grande, mas por outro lado, outros querem mais detalhes.

A Igreja segue com a vida normal, Estou saindo para fazer estudos bíblicos. Domingo vamos ter reunião de batismo, 4 pessoas vão batizar-se (Paola, Marión, Javiera e Diego).

Na medida do possível vamos, respondendo a todas as preguntas.

Obrigado pelo apoio em oração e ofertas que nos tem mandado. Nossos prejuízos foram poucos: Vidros das Janelas, Louças, alguns pequenos eletrodomésticos, mas nada de grande valor.

Meu versículos preferido neste momento. Salma 23:4 "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.". Amem.

Em Cristo Edson